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Nos dias 24 e 25, Yerma Atemporal leva aos palcos de Caruaru uma potente reflexão sobre maternidade, desejo e o papel da mulher na sociedade

Nos dias 24 e 25, Yerma Atemporal leva aos palcos de Caruaru uma potente reflexão sobre maternidade, desejo e o papel da mulher na sociedade

Foto: Franklin Almeida

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Caruaru recebe o espetáculo Yerma Atemporal, adaptação da tragédia moderna de Federico García Lorca com tradução e livre adaptação da atriz, diretora e pesquisadora Simone Figueiredo. Com forte influência da cultura popular nordestina, a montagem mergulha nas angústias da protagonista que deseja, acima de tudo, ser mãe — desejo este que serve de fio condutor para tensionar os papeis impostos à mulher na sociedade contemporânea. A peça será encenada nos dias 24 e 25 de julho, no Teatro Rui Limeira Rosal - Sesc Caruaru, às 19h. Os ingressos custam R$10 (meia) e R$20 (inteira), com venda através do Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/lgc/2990207) e na bilheteria do local duas horas antes do início de cada apresentação. Há uma cota de ingressos gratuitos destinados a mulheres pretas, mulheres vítimas de violência, portadores de PCD, professores e alunos da Rede Pública de Ensino disponível nas bilheterias. 

No dia 25, haverá intérprete de libras. Ainda nesta data, será realizada ao fim da encenação uma roda de diálogo sobre "O Papel da Mulher na Sociedade Contemporânea", ampliando a experiência artística com uma discussão sobre as múltiplas faces do que significa ser mulher na atualidade e com a presença de convidadas. A atividade é aberta ao público presente.   Ainda este ano, a dramatização circula pelo Nordeste e São Paulo, com incentivo da Lei Rouanet. 

Dirigida por Simone Figueiredo em parceria com o ator e encenador Paulo de Pontes, Yerma Atemporal transporta a narrativa original de Lorca para um contexto enraizado no Brasil, especialmente no Nordeste. A encenação aposta em uma rica dramaturgia sonora composta por canto, percussão, metáforas e sonoridades, além de uma intensa fisicalidade do elenco — composto por oito atrizes e atores — que valoriza as expressões não verbais e aproxima o universo lorquiano das manifestações culturais nordestinas.

A trilha sonora ao vivo, com direção musical de Douglas Duan, é executada por três músicos em cena: Douglas Duan, Arnaldo do Monte e Paulinho Folha. Um dos destaques é a canção-tema original Yerma, poema escrito especialmente para o espetáculo por Newton Moreno. A proposta estética se completa com direção de arte e cenografia de Séphora Silva, iluminação de Luciana Rapôso e figurinos de José Rosa. A coreografia e a direção de movimento são de Sandra Rino. 

Mais que uma encenação, Yerma Atemporal é resultado de um mergulho acadêmico e artístico: a adaptação partiu da monografia “Yerma, de Federico García Lorca: o imaginário trágico da mulher na tradição espanhola”, escrita por Simone Figueiredo ao longo de dois anos como trabalho de conclusão do curso de Letras Espanhol na UFPE.

Quase nove décadas após sua criação, o texto de Lorca permanece atual ao questionar normas patriarcais, o silêncio em torno dos desejos femininos e a opressão histórica sobre o corpo e o destino das mulheres. A montagem reafirma esse olhar crítico, com uma equipe majoritariamente feminina e foco na potência do feminino como forma de resistência e transformação.
O projeto de circulação estadual de Yerma Atemporal é uma produção de Simone Figueiredo e Paulo de Castro, e conta com incentivo do Funcultura, por meio da Fundarpe e Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco, e apoio do Sesc Pernambuco. 
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