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O Japão registra atualmente entre 19 e 23 milhões de animais de estimação, número que supera o total de crianças com até 14 anos no país, estimado em cerca de 17 milhões, segundo dados do governo japonês. O fenômeno reflete uma profunda transformação demográfica, marcada pela queda histórica da taxa de natalidade e pelo envelhecimento acelerado da população.
Em 2024, o Japão manteve uma das menores taxas de fecundidade do mundo, abaixo de 1,3 filho por mulher, distante do índice necessário para reposição populacional, que é de 2,1. Além disso, mais de 29% da população japonesa já tem 65 anos ou mais, fazendo do país uma das nações mais envelhecidas do planeta. Paralelamente, o número de nascimentos continua em declínio ano após ano, enquanto cresce a quantidade de lares formados por apenas uma pessoa.
Nesse cenário, os animais de estimação passaram a ocupar um papel central na vida cotidiana e emocional dos japoneses. Para muitas famílias, os pets são tratados como verdadeiros filhos, com investimentos elevados em alimentação premium, assistência veterinária especializada, spas, creches, hotéis e até planos de saúde específicos. A chamada “economia pet” movimenta bilhões de dólares anualmente no Japão e cresce de forma consistente.
Mais do que companheiros, os pets tornaram-se símbolos de afeto, estabilidade emocional e companhia em uma sociedade cada vez mais solitária e envelhecida, refletindo uma mudança cultural profunda na forma como os japoneses constroem laços afetivos e encaram o conceito de família no século XXI.